“A grande inovação que a conversação na rede proporciona é a possibilidade de reunião dessas pessoas num ambiente favorável às discussões. O desenvolvimento da tecnologia de comunicação na rede têm permitido conversas cada vez mais descentralizadas e fluídas nas redes. A virada na campanha de Barack Obama, nos Estados Unidos, e o sucesso do abaixo-assinado da Ficha Limpa, são exemplos desse novo ambiente de conversas”
Drica Guzzi

A dica é da @larajanuario, colega jornalista que trabalha sob a coordenação de Drica Guzzi, autora do livro Web e Participação – a democracia no século 21 (editora Senac) na Escola do Futuro, da USP. Discutindo web e ciberativismo, pareceu-me, lendo o texto de apresentação, que a obra é “excelente fonte para discutir e repercurtir os efeitos da internet nas eleições e também em outros aspectos da influência da comunicação em rede no exercício da cidadania”.
Drica Guzzi é especialista em comunicação e inclusão digital e com propriedade aborda o impacto da internet como meio de produção e replicação de informações capaz de gerar interação e criar novas formas de se fazer política – ou de agir politicamente – motivando ações dentro e fora da Rede.
O livro busca esclarecer como a Rede transforma as fronteiras de espaço e tempo, favorecendo o compartilhamento de informações e opiniões. Segundo a autora
“Nessa nova esfera pública que ocupamos hoje na web, expressões como participação pública e opinião pública devem ser repensadas não apenas retoricamente, mas em termos de educação, aprendizagem, capacitação profissional, comunicação, empresas, informação e diálogo, que no contexto social global vão adquirindo sentidos novos, na mesma medida em que novas práticas de colaboração vão surgindo”.
E há exemplos de sucesso nesta nova prática?
Drica cita a enquete parlamentar on-line sobre violência doméstica, no Reino Unido; A rede Iperbole e a construção de uma comunidade participativa on-line – e-consulta sobre o trânsito na cidade de Bolonha, na Itália; e o programa de inclusão digital do Governo do Estado, Acessa São Paulo, citado num dos capítulos do livro (em estudo de caso) como ummodelo nacional de inserção social e participação comunitária. O Fala São Paulo é um canal de expressão, baseado em consulta aos usuários dos postos Acessa por meio de enquetes semanais. Essa iniciativa faz parte do programa Acessa São Paulo, desenvolvido pela Escola do Futuro (USP) para o programa de inclusão digital do governo paulista.
Há muito o que se contar sobre o processo de implantação de uma nova forma de comunicação baseada nas redes digitais, de forma descentralizada, tanto quanto para se mostrar das maneiras de se medir a participação pública eletrônica, baseando-se em documentos e exemplos de organizações internacionais que são citados na obra – como os da Organização das Nações Unidas (ONU) e o da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Sobre a obra, resultado da dissertação desenvolvida em mestrado na área de Comunicação e Semiótica, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), a autora explica que
“A ideia do livro é mostrar como as comunidades virtuais sem território e a imensa possibilidade de expressão permitida pela Internet abrem um novo espaço para a comunicação transparente, tanto no nível local quanto no global, levando, potencialmente, a profundas renovações das condições da vida pública, ou seja, maior liberdade e responsabilidade de um indivíduo enquanto cidadão”.
P.S. Ouça o entusiasmo de Drica com a Escola do Futuro e o Acessa SP no vídeo abaixo:
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