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2010-10-04

Política F.C

Por Lucas Bueno


A vida no esporte de alto nível é curta e intensa. Um dos momentos mais delicados da carreira dos desportistas se dá quando esses decidem pela paralisação de suas atividades no esporte, por motivos diversos: contusões, incapacidade técnica ou pela idade. A maioria dos atletas, principalmente no futebol, alegam não saber fazer outra atividade, por isso a dificuldade de abandonar suas carreiras.
Alguns dos mais renomados esportistas do Brasil ocupam seu tempo vago após a “aposentadoria” ingressando na vida política. Eles não pensam duas vezes para voltarem à vitrine, só que desta vez do lado dos engravatados.
Romário, Bebeto, Roberto Dinamite, Dinei, Vampeta, Marcelinho Carioca, Darlei, Marques, são alguns jogadores que concorreram nesta eleição de 2010.

O ex-ídolo nacional, o camisa 11, Romário, autor de mais de mil gols, candidatou-se ao cargo de deputado federal no estado do Rio de Janeiro, pelo PSB, e conquistou 146.859 votos, garantindo sua vaga na Câmara.
O gaúcho Darlei, goleiro gremista, destaque na década de 90, elegeu-se deputado estadual no Rio Grande do Sul, com 173.787 votos. Migrando do Sul para o Sudeste brasileiro encontramos o caso mais curioso das eleições dos esportistas. Os mineiros elegeram para ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa do estado, o ex-jogador e ídolo incontestável da equipe do Atlético-MG, Marques. O interessante nessa história é que o jogador abandonou os gramados no dia 19 de maio de 2010, a menos de seis meses das eleições e já encontrou outra ocupação para sua vida. Com 153.225 dos votos representará o PTB entre os deputados.
Folclóricos jogadores corinthianos, como Vampeta e Dinei, não conseguiram quantidade de votos considerável para elegerem-se.

Os demais esportes também foram representados nessas eleições. O ex-pugilista Popó, dono de quatro cinturões da Organização Mundial de Boxe, tentou uma vaga para deputado federal na Bahia. Conseguiu 60.216 votos, mas não o bastante para conquistar uma vaga. Nas piscinas, Rebeca Gusmão, que foi suspensa do esporte por casos de doping, almejou uma vaga para deputado distrital do Distrito Federal, mas conseguiu apenas 437 votos.
Todos esses números provocam uma pergunta. Por que tantos ex-atletas têm o interesse de serem políticos e muitos deles são eleitos?
A sociedade brasileira exalta excessivamente os atletas, principalmente, os futebolistas. Eles são colocados em uma posição superior, todos seus atos e feitos são ampliados, observados e analisados. Muitos são utilizados como exemplos de homens a serem seguidos. Quando chegam as eleições esses “astros” utilizam suas imagens para conquistarem milhares de votos. Essa ação marqueteira é eficiente, porque uma grande parcela dos eleitores não consegue ainda dissociar a “pessoa civil” do esportista. Votam pelos jogos, gols, títulos, marcas e se esquecem das propostas do candidato.
A explicação para esse fenômeno da eleição dos desportistas ainda é confusa, mas eles já iniciaram a vida política como todos os outros políticos, prometendo, prometendo e prometendo.

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