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2010-12-06

Natal Consumista



Que o fim do ano é a época universal das compras, não é segredo para ninguém. Lojas e marcas utilizam do clichê de presentear quem se ama e levar o espírito natalino para o coração, para convencer todos de que comprar é o melhor remédio. E então, famílias e mais famílias, impulsionadas pelo bônus do décimo terceiro salário do ano, correm para os shoppings e deixam-se levar pela publicidade e pelos crediários, comprando quase que megalomaniacamemte.


Essa vontade exacerbada de querer consumir apesar de aumentar cada dia mais – hoje em dia, mais de 25% do que a Terra pode renovar - não vem de hoje. A relação dinheiro – felicidade há tempos é a garota propaganda do consumismo e leva pessoas de diversas idades e níveis sociais a associarem a qualidade do natal com a generosidade do Papai Noel. O bom velhinho mesmo, é uma grande vítima da publicidade.


Existe um mito muito antigo de que, em épocas passadas, o senhor barbudo e bonachão se vestia de uma maneira diferente. Suas roupas, um pouco menos feitas para o inverno, vinham nas cores verde e branco, com um cinto preto. O que aconteceu foi que, a Coca-Cola, em campanha a seus produtos, idealizou um Papai Noel vermelho e branco, combinando com suas cores padrões. Devido a baixa venda que a empresa tinha em épocas frias, a jogada de marketing não teria erro: no inverno norte-americano, o ícone do natal viria acompanhando uma garrafa de Coca, em belas propagandas. Existe ainda um outro mito de que o novo visual do velhinho foi criado pelo cartunista Tomas Nast, porém não restam dúvidas de que a Coca-Cola ajudou a difundi-lo mundialmente.


E já que estamos num mundo em que até as festas religiosas andam dominadas pelo comércio, nada mais útil do que aprender a não se deixar levar tão fácil. O Instituto Akatu, difusor de idéias sobre sustentabilidade, se preocupou com o natal dessa crescente mania de ser feliz adquirindo e criou um site, dando dicas de como praticar um consumo consciente nessa época do ano. Idéias como planejamento prévio de compras, confecção caseira dos presentes e negação à pirataria são incentivadas no site, além de textos sobre como evitar o desperdício de energia e o reaproveitamento de enfeites. A peocupação agora não é mais com as dívidas que cada pessoa pode adiquirir para si, mas com um mal coletivo. O Planeta Terra também sofre, e seus problemas podem ir muito além do ano que ainda nem começou.


por Gabriela Doninho

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